O primeiro Plano de Manutenção

    Pelo sistema de publicidade da nossa empresa percebi uma frase recorrente de pesquisa relacionada: "plano de manutenção", com inúmeras variáveis, "modelo", "preventiva", "corretiva", etc. Tentei entender o motivo dessa busca me colocando no lugar de quem estivesse trabalhando na manutenção de uma empresa pequena, começando a se estruturar na gestão, e acredito que a primeira coisa que buscaria seriam de fato modelos de plano de manutenção para cuidar melhor dos meus equipamentos.

    Apesar de parecer lógico querer começar a partir de um documento pronto começar por aí tem grandes chances de dar errado, pois um plano de manutenção é resultado de uma série de análises prévias. Por mais familiaridade que temos com nossos equipamentos se pensarmos diretamente no que fazemos para mantê-los, a chance de esquecer ações necessárias é grande.

    Construímos um plano de manutenção para aumentar a disponibilidade e reduzir os custos de ações corretivas emergenciais, que tendem a ser mais caras. O plano de manutenção tem uma relação direta com os custos para se produzir.

    Portanto admitindo que estamos começando a estruturar a gestão de manutenção da sua empresa, faz sentido começar pelo seu controle de custos, e adianto que o Plano de Manutenção será uma consequência. Para isso podemos seguir de forma resumida em três passos:
 
    1. Relação de Centros de Responsabilidade (CR)        
 
    Inicie pelo mapeamento completo da empresa relacionando todas as Unidades Operacionais, que são as unidades responsáveis pelas máquinas onde são efetuadas as despesas. Faça uma lista de cada Divisão, Seção ou Setor, e cada um deve ter o seu código de Centro de Responsabilidade, que usualmente é um código numérico de seis ou mais dígitos, devendo ser alinhado com a Gerência Financeira da empresa. Uma lista em qualquer editor de planilhas (Excel, Planilhas, OpenOffice) é suficiente.
 
    2. Definição dos Centros de Custo (CC)

    Com os Centros de Responsabilidade listados, deve-se levantar todos os equipamentos que cada setor administra. Para cada máquina deve ser usado um código para cadastramento da despesa, ou seja, a manutenção. Aqui também são usualmente utilizados códigos de seis ou mais dígitos, devendo ser alinhados esses códigos com o financeiro.

    Ir fisicamente a cada setor é altamente recomendado, evitando assim máquinas “órfãs” esquecidas.

    Com isso temos a lista de todas as máquinas da empresa, relacionada com os códigos de CR e CC que futuramente serão usadas para aberturas de Ordens de Serviço (OS) e construir Indicadores. Podemos agora nos dedicar para as necessidades de cada equipamentos.

    3. Plano de Manutenção Preventiva

    A partir de indicações de fabricantes, geralmente presente nos manuais, listamos máquina por máquina quais itens devem ser trocados (filtros, anéis de vedação, fluidos hidráulicos) e sua quantidade, quais ações necessárias (lubrificação, drenagens, inspeções, balanceamentos, testes) e quais os seus intervalos, podendo ser em tempo calendário (dias, meses, anos), tempo de operação do equipamento (hora máquina) ou ainda por quantidade produzida (toneladas, litros).

    Para exemplificar fiz um esboço em uma planilha que compartilho aqui no post. Softwares de manutenção são muito mais estruturados e indicados para o dia a dia, mas de forma didática ou mesmo no início da gestão planilhas são ferramentas poderosas. Nos próximos posts pretendo ir desenvolvendo a planilha para amarrar os conceitos.
 
 
https://docs.google.com/spreadsheets/d/e/2PACX-1vRqNrR03aUGy1uCoySHeOLF84A9RxPJKCheDqu0MpoTtt-CV4ba1RFoYBML5-AQ8GoAuaLJJRC3i2X0/pubhtml   
  
    Para quem quiser se aprofundar no assunto de Custos em Manutenção recomendo o livro do Gil Branco Filho, de quem tive o prazer de ser aluno anos atrás.

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